Em março desse ano, o caso de Maria Gonçalves (37), moradora de Guabiruba, teve uma grande repercussão por ter uma característica inédita: Maria acreditava ser portadora do vírus da AIDS há sete anos e, após repetir os exames, recebeu a notícia de que nunca havia sido portadora do HIV. Passados mais de 3 meses da descoberta, a equipe de jornalismo da Rádio Cidade foi saber como está a vida de Maria.

Adaptada à doença, Maria tinha abandonado o prazer de viver e se entregou à depressão. "Eu sentia assim: Ah, vou morrer mesmo e não procurava coisas boas pra mim", relata. De 2003 a 2009 ela havia engordou mais de 35 quilos. Ela conta que antes da descoberta, era alvo de pouco preconceito, já que guardava a doença como segredo.

O preconceito maior veio após a repercussão do caso na mídia. "Tem gente que não acredita que eu não tenho AIDS. Minha filha tem uma coleguinha que a mãe não deixa mais elas se aproximarem, porque ela acha que eu ainda sou portadora do vírus", afirma Maria.

Depois da descoberta, muito mudou na vida dela, que prefere deixar para trás os aspectos negativos e se apegar às coisas boas que toda essa confusão trouxe para a vida. A vontade de viver toma um espaço que antes era da depressão. "Eu passei 7 anos de muito sofrimento. E, hoje, minha vida mudou 99%, porque hoje em dia eu tenho vontade de viver e antigamente tinha vontade de morrer".

Casada há 11 anos com Sérgio Baungartner e mãe de quatro filhos, o caminho de Maria agora é seguir. "Meus planos pra frente são trabalhar e recomeçar minha vida. É isso o que eu to fazendo a cada dia", conclui.